quarta-feira, 30 de setembro de 2009

De vodca e goiaba

Quando me perguntam como vou,
como tenho passado,
como está o meu estado,

eu bem que tento responder:
“Às vezes sólido, às vezes sério;
Quando não etéreo, quando sim etílico”.

Por obra do hábito,
o que sempre digo
é que vou bem, vou bem...

E sem saber do meu estado,
vou genérico no país,
preciso na cidade.

Que mal tem, em forjar tantos estados,
se a minha cidade me quer bem?
Minha nação carrego no peito

e, por isso, da próxima vez
que me perguntarem como estou,
vou dizer na lata: “Não vou. Vamos?”


Inaugurando a parceria nos versos, a autoria é de Thiago Turbay Freiria e Luiz Augusto Rocha.

sábado, 26 de setembro de 2009

Os Normais 2 A Noite Mais Maluca de Todas

Thiago Turbay Freiria

O presente é sempre uma expressão falida do passado. È o jeito fácil de lidar com o costume. Se esta mais severo, diz um ao outro: saudade daquela época, que já não tem mais. E a provocação segue até os dias seguintes, diria um avisado que se o passado é melhor, o presente é morno, e o futuro vem com reclamação.
Os relacionamentos seguem essa linha terapêutica, parte de se livrar da culpa pessoal. Para a mulher o assunto é mais crítico, ou tem medo de se declarar passada ou crua. Se surge o assunto entre elas, a mulher se isenta, e o homem busca apavorar seus amigos com uma potencia de fantasia.
È nesse ponto que o filme Os Normais 2 dialoga. Chega um casal desequilibradamente harmonioso, parte por que seu cansaço foi gasto em piadas semanais, no seriado que antecedia o filme, parte por que os personagens tem sua competência colocada em cheque. Sobre isso, exatamente, que é a paródia do casal, já com média idade. Os Normais 2 dialoga com as ações impróprias para se reconquistarem, no novo filme da antiga série, dessa vez Os Normais 2- A noite mais maluca de todas.
Nesse trailler, avançado esteticamente em relação ao filme anterior, o casal parece já cansado da sua sexualidade chanchada e procura novas aventuras na sexualidade moderna, principalmente no conselho de realizar um Ménage à trois, que é uma aventura sexual a três. Nessa reunião de ações, para a tal conquista, o casal acaba se reconquistando, remetido ao passado da encenação amorosa mais dinâmica dos personagens. Ou seja, percebendo no outro a vocação de conquista eles acham a vocação para requentar o relacionamento pálido que passavam no presente. Sempre dialogando com o corpo.
O corpo é sempre um recurso retórico no cinema, até da negação, isso é um fato sucinto, mas pouco ditado. Por que há uma blasfêmia do mundo cultural, de que a mulher tem a expressão corporal significativa, e a usa. Mas de fato a diferença entre os dois sexos, em relação à linguagem corporal está intimamente ligada ao desejo de possuir, um ao outro ou a um terceiro.
O corpo do homem, é certo que seja menos atraente, pela quantidade de atrativos menores, é uma conclusão. O homem é a decisão, por isso o filme, Os Normais- A noite mais maluca de todas, demonstra o diálogo de uma insegurança da potência viril dos homens e a remissão gravitacional das mulheres, em alguns casos. Pois, não devo criar essa polêmica.
O ritmo dos personagens, mostra a procura para seduzir um ao outro nas suas particularidades, como o estabanado comportamento da Vani (Fernanda Torres) e a articulada sedução ultrapassada de Rui (Luis Fernando Guimarães). O cenário mais fiel à comédia é o Karaoke, que apresenta o rito de passagem até o casamento, depois de demorados treze anos de relacionamento.
A comédia atraiu, desde sua estréia a um mês, mais de um milhão e quinhentos espectadores, como diz a ficha técnica do filme, “1,5 milhões de pessoas não podem estar erradas, né?”