terça-feira, 24 de junho de 2008

Saudade

Antes todo era só, do começo ao fim tudo era só. Agora tem a vida, tratado de acompanhar as pessoas, mesmo estando longe.

Assim sem costume vigiam-nos para todo canto, sem poder esconder, e sem deixar esquecer.

A justiça ainda é longa, mais a lembrança é sempre arredia, aparece quando não deve e de birra quando chamamo-la, some. A lembrança reside sempre à casa de quem tenha passado e abandonou seu posto.

Como assim preside o cesto de quem abandona a criança, não encontra na teia alvo e sim afeto, no berço aprisionado não vê controle, mais sustento, adiante quem a sente, a saudade, sente pela falta e não pela presença.

A todos meros saudosos que tem em peito alguma marca dos que passaram, vive só ao trote da marcha lenta do esquecimento e remontam o que não tem.

Abrasivo é o fervor da saudade, por que passa sem deixar lance, mais reside pelos que passou do rápido fulgor do abandono ao lento caminhar do esquecimento.

Aos que sentem então levado fardo justifique, é melhor não ter memória à passar assim lamentando pelo que passou ligeiro e ficou fincado.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Vento

Há Cães, lobos rugindo ao preço da raiva, sacolejando o nitrato da terra, arregaçam a pelagem e acariciam mais tarde, numa fina investidura, é esse o vento. Ação forte é do mesmo gesto que o pecado do tato. O desejo da leveza é o teto do vento, o de voar a missão, assim quando leva a mando o bom, carrega na raça o desespero.
Planta não nasce, vento! Brota com deslize do solo, o fogo não queima sem a obediência do ar, a luz não corre sem a ligeireza do vento, e tu és assim solitário, e sempre vento, só o que lhe basta são seus resultados e assim sem essa pretensão de ser, tu vives a servir de forma arrogante.
E se parar vento, como andará o tempo? Para?Pois voltar não justifica, sem vento de dar, ou para tomar, o que fará vento tu sem o tempo? Ah! Peguei-o, assim provo de modo sestroso que é fácil atingir o inatingível, é fácil o ser quando não prova.
Pegue o Vento leitor, poupe-o de sofrimento, que serve ele a ser libertário se é preso. Sem que o ar seja, o mote do que há? Nada, respondo sem ser sabido. És vento, pois és ar, quando és de força és de delicadeza, e sem haver nada há para crer, nesse ser e não.
Soltem o vento, pois ele sabe que caminha mais não sabe onde.

Thiago Turbay Freiria