terça-feira, 24 de junho de 2008

Saudade

Antes todo era só, do começo ao fim tudo era só. Agora tem a vida, tratado de acompanhar as pessoas, mesmo estando longe.

Assim sem costume vigiam-nos para todo canto, sem poder esconder, e sem deixar esquecer.

A justiça ainda é longa, mais a lembrança é sempre arredia, aparece quando não deve e de birra quando chamamo-la, some. A lembrança reside sempre à casa de quem tenha passado e abandonou seu posto.

Como assim preside o cesto de quem abandona a criança, não encontra na teia alvo e sim afeto, no berço aprisionado não vê controle, mais sustento, adiante quem a sente, a saudade, sente pela falta e não pela presença.

A todos meros saudosos que tem em peito alguma marca dos que passaram, vive só ao trote da marcha lenta do esquecimento e remontam o que não tem.

Abrasivo é o fervor da saudade, por que passa sem deixar lance, mais reside pelos que passou do rápido fulgor do abandono ao lento caminhar do esquecimento.

Aos que sentem então levado fardo justifique, é melhor não ter memória à passar assim lamentando pelo que passou ligeiro e ficou fincado.

2 comentários:

Unknown disse...

sentimento que resbala num singelo momento avasala no vento, sorte os mortais que embala no peito e acalenta sem pranto a memória do fato, provando a existência do que aflora revela.
mil beijos de saudades ao escritor do momenato..
Judith e Roberto

Camyá disse...

Gostei... não sinto saudade das coisas, mas das pessoas, jamais esquecerei...
Sou um Cearense sentimental, defino saudade como o caboclo do sertão:
E´a vontade qui a rente tem de ver de novo... se eu pudesse ver de novo a todos que passaram em minha vida...
"prazer em conhecê-lo
Mario