terça-feira, 15 de julho de 2008

Declarado

As declarações são o bem jurídico da fala. Como a pontuação é da frase, a língua é do sotaque. Tudo se tratando de espécie é referendo da pujança, as declarações também o são, mas com cisma sofre açoite de quem se arrepende. Quem diz sofre ainda a pena de não querer ter dito, pondo risco a prudência.
Sabe-se o errado que desocupa o banco do réu se assim o provar como o certo, mendigando uns troféus pelas boas ações e amoitando as negativas pela derradeira desculpa. Todo canto que houver culpa há mais esforço do que o certo. Para ser um sujeito errado precisa de disposição, dá trabalho.
O certo é preguiçoso, arranjado com a pechincha, não precisa de esforço para ser bom, pois faz assim como a natureza o designou. Por isso nos dias de hoje tem pouco valor a gente boa, é mais por selo que juntado com a verdade, ser bom dá prejuízo! Além de toda prova que se dá para admitir que não houve má intenção, esse mesmo esforço denota uma prática negativa, pois o bom se precisar forçar para que seja não o é.
O juizado prudente é o que o faz ao silêncio, o que mastiga com insistência antes de engolir, o que revisa as peças antes de solapar uma descuidada declaração. Pois ao mero acaso do dizer faz-se uma ameaça contundente ao bem, e não conheço com mera consciência que o fale de traz para frente para remendar um erro.
Sem bem porque, a permissão der afetar a verdade é conferida ao moderador da mesma, para que sirva ao paladar e ao entendimento do audacioso leitor, que desrespeitadamente ousa entender sem que passe na mão caprichosa dos relatores, assim é precavido quem dispõem da sua verdade ao silêncio, que ao bem ou mal cabe a liga da imprensa julgar a natureza dos outros.

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