segunda-feira, 18 de agosto de 2008

OlymPIADAS!

Thiago Turbay Freiria

Desempenho pífio! Sentados a margem do berço esplendido. No trigésimo oitavo lugar, sentado à baixo do pai todo poderoso, o Brasil vai carregando a bandeira nacional pelas bordas dos jogos político-esportivos da China.
A competência artística e esportiva são reflexos da boa alimentação, da resistência patelar, das referências pessoais, e do tratado político que se firma, dos ministérios e das políticas públicas, que produzem resultados bons ou desastrosos. Diz-se aí que a virtude nacional na vila olímpica é resultado das piadas e do carisma nacional.
O quadro de medalhas desemboca no labirinto da legião dos países em desenvolvimento. A china apavora os francos brasileiros, a ira Chinesa demonstrada no pagão quadro de medalhas merece consentimento até da ONU ( Organização das Nações Unidas) para a vaga na cadeira de segurança do conselho.
Há recordes nessa Olimpíada, como sempre haverá, no Brasil há recuperação. Os atletas tomam seu suado uniforme com garra, mas as políticas públicas e privadas, de incentivo ao esporte, levam a sombra de grandes empresas de matérias e marketing esportivo, responsável pelo bom patrocínio dado por empresas nacionais para umas dúzias de atletas nacionais, os outros mínguam.
Cabeceando a pluralíssima campanha nos jogos de Pequim 2008, vamos ao que nos interessa, somos francos flagelados nas túnicas dos países com bom desempenho, isso não é novidade, mas confesso que o impressionante título melhor do mundo corre mesmo todo território do globo, ao exemplo de Usain Bolt, da Jamaica, corredor.
A constelação das Olimpíadas de Pequim, no ano de 2008, ascendeu sua estratosfera pela determinação organizacional dos jogos, nenhum atleta fará história como a explosão da cobertura jornalística e de fichas digitais, de bytes escalonados. A era digital e de comunicação midialógica e móvel trouxe os jogos às diversas telas, dos variados aparelhos a explodir em cara de brasileiros aturdidos, com os resultados pequenos. O baile não acontece também nos ardentes solos esportivos, o seminário da Globo( Rede Globo de Televisão) sobre novas tecnologias esqueceu-se de avisar os apresentadores. A tela Screen com que os ditos cujos nos mostram os painéis e tabelas dos jogos vivem pipocando e ricocheteando na mãos dos globais, o Brasil entrou na era digital e esportiva, mas como PIADA.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Gilberto Gil abandona cargo pela Demanda!

A priori, a demanda é dos obstáculos o mais cativo. Outro afim é o desleixo, a incapacidade, mas saber-se capaz e capitular por excesso de demanda é uma das atividades mais arrogantes. Se assim disserem que depende da vontade ou da disposição as duas forças tomam patamar celestial. É assim a história política que pretende afundar seus dentões na porosa leitura histórica. Lê-se que é uma tentativa marota de se entrar na história pela devoção do povo.
Prezados leitos históricos provam o deleite de ter deixado seu cargo para servir ao braço da prosa e da fama. Leia-se Getúlio Vargas, o mais fanático ator dessa conspiração para com o povo, talvez tão lunático que não percebeu que enquanto morre-se não vive para contar os benefícios. Até trapalhão concorre ao título do amiúde reinado. Que pode ser tão severo, como em Janio Quadros, que limpou seu nome da história ao presidir uma despedida que no seu cardápio o povo não aceitaria e almejaria sua volta. Ele fez o contra-contra golpe, mais não deu.
Ajeitando outras possibilidades tem-se, nesse processo histórico, um fundamento cultural, que é dado pela transformação da consciência de que o Bom moço tende a retornar. Sabendo os ditos populares um bom filho a casa volta. E diz o bom samaritano_ Volto a dedicação de minha vida, pois a deixei a serviço de vocês! È da boa malandragem o penteado dessa trama. Mais para frente o Brasil mostra. O governo militar é assim, pintou, bordou, e pediu, assim, que o povo voltasse à democracia, por braços seguros, pela tutela responsável do Estado Maior Militar.
A demanda é a desculpa esfarrapada de quem não abastece sua função, para que deixe ao cargo do requisito a culpa de não fazê-la mais. Culpo assim, pelo juízo expresso o Ex- Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que debilitado por sua carreira não deixa a compensar o ministério com sua política integrada e audaciosa, que cumpriu a estruturação burguesa e rudimentar de trazer cultura a classe com acessibilidade, e dar versões DEMO para as classes carentes. O Gilberto Gil tem, me parece, um jeito meio manhoso, e rasgo que é pela inveja de Roberto Carlos, por sua majestade. Agora é de carreira que o Lula vai estipular seu ministério, toda vez que alguém for atarefado vai sair do ministério, por que o partido dos Trabalhadores, o PT, não pode trabalhar tanto.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Declarado

As declarações são o bem jurídico da fala. Como a pontuação é da frase, a língua é do sotaque. Tudo se tratando de espécie é referendo da pujança, as declarações também o são, mas com cisma sofre açoite de quem se arrepende. Quem diz sofre ainda a pena de não querer ter dito, pondo risco a prudência.
Sabe-se o errado que desocupa o banco do réu se assim o provar como o certo, mendigando uns troféus pelas boas ações e amoitando as negativas pela derradeira desculpa. Todo canto que houver culpa há mais esforço do que o certo. Para ser um sujeito errado precisa de disposição, dá trabalho.
O certo é preguiçoso, arranjado com a pechincha, não precisa de esforço para ser bom, pois faz assim como a natureza o designou. Por isso nos dias de hoje tem pouco valor a gente boa, é mais por selo que juntado com a verdade, ser bom dá prejuízo! Além de toda prova que se dá para admitir que não houve má intenção, esse mesmo esforço denota uma prática negativa, pois o bom se precisar forçar para que seja não o é.
O juizado prudente é o que o faz ao silêncio, o que mastiga com insistência antes de engolir, o que revisa as peças antes de solapar uma descuidada declaração. Pois ao mero acaso do dizer faz-se uma ameaça contundente ao bem, e não conheço com mera consciência que o fale de traz para frente para remendar um erro.
Sem bem porque, a permissão der afetar a verdade é conferida ao moderador da mesma, para que sirva ao paladar e ao entendimento do audacioso leitor, que desrespeitadamente ousa entender sem que passe na mão caprichosa dos relatores, assim é precavido quem dispõem da sua verdade ao silêncio, que ao bem ou mal cabe a liga da imprensa julgar a natureza dos outros.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Saudade

Antes todo era só, do começo ao fim tudo era só. Agora tem a vida, tratado de acompanhar as pessoas, mesmo estando longe.

Assim sem costume vigiam-nos para todo canto, sem poder esconder, e sem deixar esquecer.

A justiça ainda é longa, mais a lembrança é sempre arredia, aparece quando não deve e de birra quando chamamo-la, some. A lembrança reside sempre à casa de quem tenha passado e abandonou seu posto.

Como assim preside o cesto de quem abandona a criança, não encontra na teia alvo e sim afeto, no berço aprisionado não vê controle, mais sustento, adiante quem a sente, a saudade, sente pela falta e não pela presença.

A todos meros saudosos que tem em peito alguma marca dos que passaram, vive só ao trote da marcha lenta do esquecimento e remontam o que não tem.

Abrasivo é o fervor da saudade, por que passa sem deixar lance, mais reside pelos que passou do rápido fulgor do abandono ao lento caminhar do esquecimento.

Aos que sentem então levado fardo justifique, é melhor não ter memória à passar assim lamentando pelo que passou ligeiro e ficou fincado.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Vento

Há Cães, lobos rugindo ao preço da raiva, sacolejando o nitrato da terra, arregaçam a pelagem e acariciam mais tarde, numa fina investidura, é esse o vento. Ação forte é do mesmo gesto que o pecado do tato. O desejo da leveza é o teto do vento, o de voar a missão, assim quando leva a mando o bom, carrega na raça o desespero.
Planta não nasce, vento! Brota com deslize do solo, o fogo não queima sem a obediência do ar, a luz não corre sem a ligeireza do vento, e tu és assim solitário, e sempre vento, só o que lhe basta são seus resultados e assim sem essa pretensão de ser, tu vives a servir de forma arrogante.
E se parar vento, como andará o tempo? Para?Pois voltar não justifica, sem vento de dar, ou para tomar, o que fará vento tu sem o tempo? Ah! Peguei-o, assim provo de modo sestroso que é fácil atingir o inatingível, é fácil o ser quando não prova.
Pegue o Vento leitor, poupe-o de sofrimento, que serve ele a ser libertário se é preso. Sem que o ar seja, o mote do que há? Nada, respondo sem ser sabido. És vento, pois és ar, quando és de força és de delicadeza, e sem haver nada há para crer, nesse ser e não.
Soltem o vento, pois ele sabe que caminha mais não sabe onde.

Thiago Turbay Freiria

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Sublime 2 - Texto escrito por quem tenho muito gosto, Guilherme Ferreira.

"After silence that which comes nearest to expressing the inexpressible is music."
- Aldous Huxley
Aventuro-me a traduzir uma citação que talvez seja incapaz de traduzir. Mas a tentativa não custa nada, além de não ser dolorida para um homem não conceituado. Aldous Huxley quis dizer que, além do silêncio, não há nada que se aproxima mais em expressar o inexpressível do que a música. Concordo em gênero, número e grau pois a música, na minha opinião, é a máxima expressão do que é sublime. E o sublime é inexpressível por um simples mortal.
Mais uma vez irei me recorrer ao latim como muleta conceitual. Afinal, não sou conceituado, e suficientemente graduado, para tomar como ponto-de-partida o meu achismo mortal. Sublime vem de sublimis do latim, que significa "olhando desde cima". Como terráqueos estamos submetidos às leis da gravitação. Os pés no chão são uma fatalidade, fato comprovadamente verdadeiro, por mais que digam que não - digo sobre todos aqueles metafísicos de plantão: poetas, filósofos, artistas de qualquer natureza e vocação.
Virtuoso é o homem que consegue sublimar-se. Ver de cima sem o efeito da gravidade. Volitar fora da carne que aprisiona os nossos sentidos - sentir desde cima, sem limites, desde alto, com sentimentos exaltados. Enxergar o que outros não vêem, a vastidão sem precedentes na nossa humana e limitada visão, tato, paladar, olfato e audição.
Portanto, não existe outra reação diante do sublime senão o estupefato silêncio do homem que não tem palavras sequer para uma simples expressão. E a música neste sentido, é pura contradição, pois é sublime e consegue ser o contrário do silêncio, o som e sua magnitude em ação. Todavia, mesmo aqueles mais astutos no uso das palavras, de joelhos ao chão, rendem-se a música sem reação. Sem rumo ou orientação, desesperadamente correm e recorrem ao dicionário que lhes fecha as portas de capa e contra-capa com um assertivo não!
Rachmaninoff é um dos mestres do sublime. Homem que é capaz de desafiar as leis da gravitação, volitar e encontrar sons, inspiração que nenhum outro homem no chão foi capaz de imaginar ou tocar. Este Concerto para Piano e Orquestra no.2, em seu segundo movimento, ajuda-me, em silêncio de boca calada e olhos arregalados, a definir o que vem a ser sublime, a levitar, a voar como se fosse alguém que nunca pisara em terra firme. E, para arrebatar, o concerto é interpretado por Nelson Freire, outro homem como Rachmaninoff que é médium do sublime para nós homens simples, cegos, calados e de pés descalsos calejados pelo chão.
Posted by Guilherme Ferreira

terça-feira, 27 de maio de 2008

O agendamento midiático e a realidade subjetiva da notícia

Alarguemos o leque de opções temáticas das editorias convencionais, tratemos de sacudir o tema principal do jornalismo, sobre uma ótica da verdade, a notícia e a recepção cognitiva que se percebe enquanto leitor e produtor dos materiais produzidos pelo jornalismo. Os meios de comunicação formais dependem de uma linguagem, periodicidade, isenção e credibilidade, os métodos usados são configurados para que esses pilares pareçam irredutíveis em relação estreita com o subjetivismo pessoal.
A interpretação, mesmo adquirindo importância referencial no processo de comunicação, não é figura fundamental da peça constitutiva de um material jornalístico, pensando na demonstração explícita da prática na profissão. A produção de notícia passa por apropriação de valores culturais e éticos que usam as potenciais interpretações. A interpretação está embutida nas diversas relações, positivas e negativas, com qual a informação arremata o receptor da mensagem. A determinação emotiva, com qual todo receptor assimila, é uma peça estritamente necessária para uma comunicação eficiente.
O lado efetivo de uma comunicação produtiva tem como pressuposto a aceitação da informação, ou compreensão, mesmo que não seja aceita como um todo. O feedback da informação, ou seja; como retorna ao comunicador a opinião emitida, é uma interferência subjetiva na produção de um material informativo, e a base do jornalismo, como da emissão de notícias, com "verdades" ou fatos jornalísticos.
O público emite sua subjetividade de acordo com as demonstrações públicas de afeto ao material veiculado e com a própria "audiência" contabilizada pelas pesquisas de base, feitas pelas empresas de comunicação, ou órgãos de comunicação. Esses emissores de informação usam de forma descriminada essas informações e interpretações da subjetividade para produzir material público e distribuir informação. De forma contida e sutil, o material noticioso é uma interação entre emissores e receptores, tendo ciência de que esse material tem um apego de pesquisa psicológica, para que seja eficiente a compreensão da mensagem.
É certo que, o público médio dos veículos de comunicação é um combinado heterogênico e disperso, visto que a teoria da comunicação ainda o denomine meios de massa, há nessa origem uma hipótese de que há uma aceitação linear do material produzido, hipótese incorreta, usando de uma precisão sistemática. O público assimila uma notícia de acordo com sua cultura e ética, mas é defrontado com a massificação dos produtos de comunicação, sendo levado a um comportamento determinado de acordo com a manipulação dos meios de comunicação, para com o material publicado. Esse confronto afeta a apreciação do jornalismo.
Uma interpretação subjetiva nos meios de comunicação é responsável pela formatação cultural passada por estes, que são formadores de opinião, ora sendo impelidos a concretizar suas ações de acordo com um diálogo efetivo da comunicação, garantindo que o receptor compreenda á mensagem preferida. Há nesse processo um acordo eficaz, contudo falso, adquirido pela insistência de um discurso imparcial no jornalismo. Ora se há um exame das reações psíquicas e subjetivas do público que se pretende alcançar com determinada mensagem, há uma persuasão associado à notícia. Há sim no jornalismo à necessidade do emprego da ética, para que cada receptor se alinhe de acordo com sua disposição.
Thiago Turbay Freiria

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Sublime !

Recordo-me das proezas de infância, a resenha precisa do descompromisso. Às vestes suturadas de agonia, do banho mal tomado, dos eventos rasteiros de choro e do bem ser do riso.
Rateio das formosas broas, dos símios queijos, das arestas dos bolos, do leite gordo, tal assim a vida arrasta as boas lenhas.
Convenço minhas imagens de campo astrais de forma artística, com o sombreamento da luz impune, dos versos ladinosos das nuvens, fílmico assim é minha astuta lembrança do campo, dos seus rizomas empenhados, das trepadeiras musculosas, dos pastos manhosos, do agito musical das folhas.
Assim súbito vêm à proeza lerda dos arremessos cânticos da língua, nosso ditado particular, o escanteio vocálico, o desbunde ortográfico, o jeito saboroso de gingar com as letras, assim minha maestria faz salutar o canto simples dos capitães do mato.
O arregaço das mangas no chão, a fobia dos cantos matinais, os pássaros arrematados, o galo cuspidor, de tudo isso, assim, atento meu senso, e debato as juras cidadãs. Assim tornado rancho, canso de tanto castigar, de peso sedento de capital e do piso longo até chegar meu canto manso e todo celestial.
Campo sestroso, nem falar de flores tive, e majestoso corso vêm cambalear de saudade minha infância metida de garoto, preso as sintonias fraternas do gesto, do obrigado, por favor, disponha e sem crise.
O sublinhado da tarde ressaquiada pela aventura do Sol, das baias poeirentas, das crinas arregaçadas, do suor dos animais, do louro da terra, do ventre do abraço familiar, dos amigos dispostos, dos risos inacabáveis vem todos a pestanejar, a devoção do são subliminar.
Tanto quero dispor levado, que meu ditado chorado mata ovão que a saudade do campo sublime planta, sem colheita, mas que no meu peito estão.
É este meu canto sublime, da jura cativante que um dia passo de novo habitar com mais tempo e lerdo empenho morar.

Thiago Turbay Freiria

terça-feira, 15 de abril de 2008

Jangadeiros.

Thiago Turbay Freiria
“Nosso povo leva a vida assim ó, ficamos até japonês de forçar a vista para marcar o morro. Pescador marca o cardume no alto mar mirando o morro.” A força da precisão é incrível para os olhos desacostumados. Assim a pesca declara sua previsão de oferta, olhando as encostas dos morros, de longe assim, quando a malha escura fermenta lá em baixo é que o pescador marca sua trajetória. Tem peixe crescido mais que a jangada.
A bravura é o destemido, nenhum ato heróico acontece sozinho. Sempre na jangada a promessa é mútua, mas a volta, nem sempre certa. “Volta e meia cai pescador no mar; tem pescador que dá volta (enjôo). Se pegar uma corrente embaixo ele vai embora com o mar, não tem como voltar.” Todo preço tem uma escapada, tem gente que pesca e vive, tem gente que é o contrário, na palidez amoitada pela carcaça de sol, vive para pescar. No mar as coisas encontram o dever que propuseram sem pestanejar. O mar ora é manso, ora vira zangado. O pescador também controla o humor. O peixe, então, às vezes, chega certo que o destino é algum prato, outros mais determinados, não se entregam.
“Otro dia, na vez de umas duas semanas pra traz, eu estava no mar, eu mais um primo, caçando um Camurupim e engastalhou uma baleia, eles na cidade chamam de Jubarte. Ela tem uns dedos, aquilo engastalha na jangada, se eu não tirava a corda ela virava a gente”. Tem peixe sabido, que aprendeu com o homem: tudo que a gente fala na jangada é audível no fundo, com o som traduzido pela língua deles. A ameaça não é o pescador, os peixes sabem disso, ainda que esperem a vida acabar pela natureza. Mas sempre há complacência, tem dia que o peixe ganha, outro a jangada é quem sai vencedora. " Eu já vi papai pegar Panan( tubarão-martelo) que a manca dele fazia sombra até na jangada. Se não segurar firme ele corta você todo. Quando alguém pega tubarão aqui, a gente toda vai ajudar, por que sabe que ele tirou sorte grande. De primeira tinha muito aqui, tinha um matador que jogava aquela resteira no mar, agora sumiu. É difícil, quem não é pescador não entende o mar.”
A vida ensina aos que prezam pelas suas aulas. Quem tem um olhar atencioso e boa memória, sabe aquilo que digo. Tem gente sabida sem conhecer livro, mas lê quando o vento sopra, quando o mar calado grita de raiva. Enfrentar quem é o mais forte pode ser sinal de persistência, mas não é de força e bravura. Consentimos que a necessidade é que rompe esse laço e lança homens já salgados nas ondas luminosas, pisando entre um filete de água e algumas tábuas crivadas nas bordas de um isopor. Adiante, o mar e o jangadeiro começam sua prosa, até que para alguns, ele, soberano, determina a volta pela maré; outros, ele prende lá até dar devido respeito. A jangada é o ponto de encontro do mar e do pescador, onde um senta para ouvir o outro conversar. “Tem dia que a jangada vira de noite e a gente tem que esperar o dia clarear para desvirar. Não entra água nela não, é igual copo quando você vira ele pra baixo numa bacia de água. Eu gosto mesmo é de estar no mar. Prá mim, quem balança é a terra”.
P.S: Agradeço imensamente a cautela com que ouvi essas histórias, aos contadores que me ensinaram. De hoje para frente minhas preces chegarão para todos os jangadeiros. Ao João (amigo de infância) e ao Bolinha da Prainha-CE, meu agradecimento eterno.

PSOLtimbancos Trapalhões

Thiago Turbay Freiria
O cifrão expresso nas contas bancárias da esquerda é mesmo reduzido, em comparação aos grupos políticos reconhecidos no poder. As vozes miúdas da condenação, do ser do contra, são sem justiça declaradas fortes movimentos de resistência, quando dito à favor da esquerda nacional. Mas é sempre uma convenção. O que um dia foi esquerda, outro vira cambalhota para direita. Ou seja, a perícia de ser esquerda é apenas uma questão vetorial, no Brasil. A Convalescença- sarar lentamente de um traumatismo- da política nacional é um precipício histórico. A regra pátria é de que o homem muda o processo histórico, isso é o que chamamos cultura, do outro canto, bem intencionada, a natureza vai acompanhando os ciclos voláteis da economia. Há no período histórico turbilhões produtivos, geralmente acomodados nas monoculturas. Ora, tivemos cana-de-açúcar, café, leite, soja, e agora pasme cana-de-açúcar. O que tem haver com esquerda? É farinha do mesmo saco. Dentro de uma formação política nacional reverberamos entre situação e oposição. Só o que temos é a convenção esquerda, retomando o termo caduco das elites européias, que tentamos copiar aqui. O princípio democrático atuou com uma repescagem monárquica, o governo liberal com ditadura, a volta do pleito eleitoral com o impeachment, um governo de esquerda, mas neoliberal. Pronto, celebre! Tivemos até um parlamentarismo às avessas, onde o parlamento figurava em favor das decisões do “Duce” nacional. No fim tudo é esquerda quando não é direita, e repete os mesmos ciclos históricos que são contra, e vice-versa. Houve em nossa história intermitente equívoco político, bailando entre uma ideologia prepotente de nação feita para brilhar. É o debate da auspiciosa esquerda, nascida abaixo do berço esplendido. Tatuada dos embates celebrais do século XIX, pajeado por Marx, pela escola de Frankfurt e outros decibéis do ouvido divino, vindo à terra para nos salvar. Tivemos na esquerda a heróica missão de salvar-nos, de rebater a concentração de renda, a miséria, de enterrar a corrupção. E vimos um célebre mercado de peixes, prateados por escândalos e coligações esquizofrênicas. Outros menos comedidos dos acertos na aparelhagem do Estado, os de extrema- esquerda, são ainda mais caricatos. Seus discursos febris, inspirados nas novelas, ou nos teatros populares das feiras, parecem acrobacias verbais, cheia de gritos e cuspes. Os partidos mais extremos fazem sempre uma aparição performática. Citarei uma, que já virou chavão: A aparição de Heloisa Helena, do PSOL, em uma rede de televisão. Quando ela, em meio a uma quexadinha habitual, viu seu dente fugir, à frente das câmeras. O dente ficou hipnotizado. A esquerda nacional é sempre uma diretriz de saúde pública. Todos sabem que não funciona, é relapsa e obsoleta, mas é o que tem né?

Ácido desoxirribonucleico

Thiago Turbay Freiria
O Brasil leva a carga genética das falcatruas imperiais. O sistema hereditário é nosso precipício. Dom Pedro I inaugurou o despótico carisma dos governos populistas. Fez e desfez como empreendedor da coroa, percebendo a chance de perder a bagatela Brasil declarou: - "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação. Estou pronto! Digam ao povo que fico". Essa é a cartilha governista desde 1881, data do episódio. A alavanca liberal que firmou a independência do Brasil em 1822 ainda acrescentou ao manual de política nacional um lema atual; é o lobby político. Hoje popularizado pelos lobistas que estampam os desaforados escândalos políticos. Menos cauteloso é o governo de direito divino, demonstrado pelo pai dos pobres, Getulio Vargas, o guardador do rebanho nacional, das almas canarinhas. Quando executava o golpe histórico do suicídio, se assim foi mesmo, o homem esperava a redenção celeste, dando uma dose de culpa ao povo brasileiro, para que este mantenha seu clã no poder. Também vamos premiar os lunáticos, como Jânio Quadros, que planejou um golpe e esquece-se de avisar aos defensores. Era o antibiótico que pretendia o então presidente, alegando forças terríveis, mas a deformação estava alastrada em nosso código genético. Mais adiante os legalistas contundiam o intelecto brasileiro, declarando salvadores da pátria contra a revolução comunista. Já Plínio Salgado tentava essa tarefa, em 1932. Ansiosos pela tomada do poder, os militares, chegaram antes de o Brasil deteriorar, para dar-nos a chance de ser desenvolvidos. Esse combate da pobreza nacional veio a culminar com a extensão da prosa, os militares pensavam: vamos eliminar umas bocas que a fome acaba. Logo os guias foram ficando velhos, e a titularidade trouxe nossa cambaleada democracia. Até os marajás mudarem de nomes, os antes aristocratas, café-com-leite, aliança nacional, liberalistas, trabalhistas, militares, hoje petistas, peemedebistas, fomos acostumados com as nomenclaturas para larápios. Essa vertente é fecundada no biotipo nacional, como o futebol, que prorroga o fracasso de nossos governos. Somos sempre salvos pela tríplice: carnaval, futebol e bunda. Por isso Renan Calheiros, presidente do senado, nada tem a temer, tudo está a seu favor. O estopim da crise ética de decoro, a jornalista Mônica Veloso, sua amante, a quem Renam é acusado de pagar pensão com dinheiro de lobista, vai posar nua na maior revista masculina do país. A única manifestação prevista contra o senador é de inveja. A analogia é mestre de revelação, compara-se o escancarado ao escondido. Nosso gene não identifica um lócus disfarçado. Juscelino priorizava as metas capitais dos estados emergentes, tentando transpor as linhas dos meridianos, quis descartar o equador e se tornar Norte. Construiu estradas e dívidas, e quem irá dizer que é Brasília ou o corredor integralista. Lula imita-o. Pelo continuísmo altruísta dos governantes de nosso Brasil, Lula aplica a cartilha inscrita em nosso DNA, nosso ácido desoxirribonucléico contém a formação da ligação peptídica governo = corrupção. Entretanto os votos do carisma de nosso atual presidente é capaz de emudecer as milhares de vaias que o acompanham nas “missões” pelo nosso imenso cantão. Lula disse, nesta segunda-feira, seis de agosto, em viajem pela América Central, que irá transformar o Brasil em "um verdadeiro canteiro de obra". Fruto da nossa herança genética política e eleitoreira vêm ai o Programa de Atuação Carismática, o PAC.

SERASADOs OU FRITOS

Thiago Turbay Freiria
A procuradoria Geral da fazenda publicará a lista de devedores de Tributos. Esta será encaminhada para o Serasa. É a corrupção das publicações eficazes. Mesmo que seja preciosas as consultas aos centros de proteção ao crédito, a discriminação dos devedores se dá de forma livre. O credor decide, consultando sua consciência ou uma leitura econômica, se deve ou não conceder crédito. A procuradoria agora vai dar a lista de maus pagadores ao Serasa, então o dever de publicidade na administração pública vai atribuir ao devedor um semblante de crápula. A medida, porém, abrange a publicidade difamatória. Impede que os mesmos devedores apostem seus cálculos em um novo negócio, arrisquem em uma nova empreitada. Haja visto se entregarem suas almas aos juros canastrões dos empréstimos, defendidos pela equipe econômica. A política de juros aprendida pelos governos pós-neoliberais dedica parte de sua execução a impedir a abrangência de crédito. Os consumidores, reféns das taxas de juros, tendem a comprometer-se com uma dívida maior que o preço a qual foram seduzidos. Permanecem mais tempo com a obrigação dos parcelamentos. Juros altos impedem que o consumidor adquira novos produtos, que tornam, pela constante inovação tecnológica, os antigos; velhos e inoperantes. O desfavor, nesse caso, da medida constituinte, de publicação dos atos da administração pública, pode tornar-se arma defensível de um sistema de crédito abrasivo pela sedução. Ponto considerado positivo, pois protege o credor de calote. Contudo confere ao ato de publicar uma exposição, sem cautela, de um consumidor devedor por ações diversas, sem que haja direito de renegociação da dívida. Segundo o procurador Luíz Inácio Lucena Adams, em entrevista publicada no "O Globo", o registro não impede o consumidor conseguir crédito. Considere sentir uma promiscuidade o sujeito, sabendo-se devedor, entrar em uma lista de crediário, para obter seu sonhado produto em irrizórias parcelas, que o acompanharão por anos. Contra-balanceando, a justiça econômica, com o Ministro Guido Mantega - desgovernou os críticos, dizendo que o equilíbrio econômico aumenta emprego, controla inflação e realiza "a revolução no crédito ". Resta incluir no menu do PAC ( Plano Açougue de Cidadão) se seremos assados ou fritos.

POLÍTICA CAFÉ COM LEITE

Thiago Turbay Freiria
Barganha na tecelagem. Os teares do aparelhamento do Estado quebraram. As credenciais do governo são votos para emendas constitucionais, para entrar nas corporações de ofício, a costura agora ficou mais difícil. O escândalo surgiu das queixas dos impopulares, os velhacos que não abocanharam a fatia do bolo ainda. Eles declararam que os votos para emenda, identificada como CPMF, são negociados em troca de cargos políticos. Mero oportunismo. Os cargos sempre foram moeda. Desde que a política mítica não deforme os titãs, o crepúsculo que ronda o presidente não enrubesça e nunca peguemos os larápios. O mensalão dragou os credores de cargos mais almejados, o chefe da casa civil, gabinetes, e mais os desavisados. A crise política derrubou bonachões, os infiéis e toda uma corja. Mas para que? É certo que a fundação de agências é declaradamente para benefícios de cargos com interesse para políticos, mas os desastres mudaram a perspectiva derrotista de nosso povo. Hoje não aceitamos mais nomeações caducas, que não tem perícia ou não serve para o cargo que ocupam, o país mudou de cara pintada para gérmen lúgubre. Tornamos seres revoltados, sem cumplicidade. Julgamos sem ter provas, é assim o povo brasileiro, na ótica de nossos governantes. Nossa determinação jurídica se tornou o maior empecilho da moral política de nossos representantes. Emparedamos as peripécias do Renan, desmoronamos o Valério - duto. Arremetemos as manobras políticas da ANAC. E mais Severinos, Magalhães, Genuínos, Dirceu. O povo brasileiro cordeiro castrado começou a virar lobo. E nos safamos de alguns masters da corrupção. Para que? É certo que a consonância nacional não falha. Expuseram os erários para que nós os sacrificássemos, em troca nomeariam outras bancadas, que estão ingressando no jogo. Agora o mensalão mineiro é a nova cabra a ser sacrificada. A denúncia é de que trinta e seis foram envolvidos em arrecadações ilícitas no governo de Minas Gerais, em 1998, para o então governador Eduardo Azeredo(PSDB), os empréstimos teriam participação de Marcos Valério, o mesmo. Um caixa dois mineiro. Hoje o as investigações apontam que a oposição e situação são farinhas do mesmo saco. O ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia está dentre os investigados, principalmente pelo empréstimo dado a Azeredo, de quinhentos mil, sem que esse devesse pagar. É a melhor casa de Câmbio do Brasil. Mas isso esta longe de ser novidade. Desde a República velha assistimos a alternância de cargos políticos entre Minas e São Paulo, os mesmos badulaques e manobras corruptas. Hoje revigoramos a política do café-com-leite.

O lobista e a raposa

Thiago Turbay Freiria
A veracidade de um corpo é a mesma para o claro ou escuro. A silhueta vale tanto no excesso quanto na falta de luz. Á vista uma mulher sempre se distingue; vezes pela ousadia - sempre extrapola um vício, uma mordida, um bico. Sabe-se que de forma a mulher é um desconcerto. Empinar a anca e baixar o ventre é uma oposição imperfeita, enquanto um escorrega o outro submerge, e são exatamente, os dois, ainda deliciosos. Não perde o sabor experimentar um banquete desses, enquanto se apropria de bem de outrem esse mesmo outrem carrega na manga uma outra carta, então o prejuízo nunca é severo demais. A mulher é um bem que não se aplica com administração, de forma alguma se consegue uma corrupção passiva, ou de laço um peculato com uma magnificência dessas. A priori somos vítimas - em todas as circunstâncias - da sedução. Ninguém dorme tranqüilo sabendo desejar outro. A vontade de pertencer ao outro, tomar o outro para si, é indecorosa, o corpo, por exemplo, mas isso não é crime. O corpo, mesmo com retalhos do passado, não pertence a outro a não ser quem o carrega, tentar apropriar-se desse bem é sempre um risco. Outro; quem vende carrega dentro do ventre uma vergonha, recém nascida, a pessoa passa por uma brutal imoralidade. Vender-se com insinuações para valer mais que o real além de falsidade é corrupção. Faz isso quem tende a possuir um selo sem que o entenda, possuir a si mesmo, uma auto-condenação de sufrágio em favor do preço. Um cobiçado objeto de venda. A moralidade então já frágil no nosso canto nem deve se situar, ou fazendo isso cometo uma demagogia descabelada. E já citado a injúria, me conformo da jornalista Mônica Veloso se posar nua para outrem. Ou desconfio de que isso vale para saber por que o presidente do Senado deixou sua impecável moral, de fidelidade, serenidade por uma silhueta. Deve, em primeiro passo, ter seduzido ele com uma roupa de entrevistadora, discreta, mas com olhos famintos de poses, flash de notícia. Diz que faça chuva ou sol o jornalista não pode ser notícia. Mas tirar foto pelada não é isso. É para um reboque das contas bancárias das felizardas. Hoje somos todos lobistas, compramos a pensão de Renan deliciando-se como se possuíssemos os dotes de Senador, ou de empreiteiro. É o Brasil ainda está na adolescência, na renite, nas horas longas de banho e do desespero de insegurança. Como diz um amigo meu: _ Fui roubado, levaram meu Pit-Bull, de dentro de casa. Achem circunstância mais amedrontadora! Somos felizes, pois sabemos fazer errado o que a etiqueta da ética prega. Corrompemos-nos por dia como se para nos seduzir do poder que não temos.

Pronúncia

Thiago Turbay Freiria
O Brasil tem solução. Para matar nossa pachorra é preciso conhecer o léxico. O problema de nosso país é a pronúncia. Cada um tem a sua, falamos o que somos, e do jeito que bem entendemos. Há de se entender o léxico, é a margem deflagradora do localismo, é o determinismo imperativo nas construções sociais. Com a pronúncia se articula a identidade nacional. Passamos descuidados pelas fronteiras orais, demasiadamente. O determinismo fronteiriço é quem identifica o ciclo produtivo e o produto destaque de determinado local. Escorregar no S e recalcar o R são eventos demonstrativos. Logo se percebe, quando ocorre, que o enunciador é de determinada localidade, e sabendo disso podemos ou não trata-los com o assunto de interesse. Não precisaremos agüentar conversas longas, sem fim pronunciado, e mais que tudo, não nos leva a nada. A solução do nosso povo eu vou dar. Sabendo ou não, um impulso oral vai mapear a essência do indivíduo, suas pretensões e ou suas inclinações. Um mapeamento vocálico impedirá a manipulação no nosso povo. Soube, por costume, que a mentira e a timidez vêm sempre acompanhadas de um faniquito. Então; nenhum senador melindroso nos enganará, pois conhecendo seu tom identificamos a justiça que nos pastorará. A partir da previsão de uma incógnita vocálica podemos prever o desconhecimento, a falcatrua. Vide o descuido que um impulso vocálico pode denunciar; Certa vez, com a carreira apertada, uma cabeça desvocalizada, no Senado, foi denunciada. De pronto, quando acuado, ajeitava os óculos e respondia batido, sempre acompanhada de passadas ligeiras ou de um tique nos olhos. E estamos descobrindo o final. Mesmo por que não é a localidade quem faz o ladrão, é a situação. No caso, o local fez conhecer a pronúncia, os discursos são próprios do local, o senado, mas, é a situação da pronúncia que o condenou. Logo, sabendo como anda a pronuncia e os gestos, cairemos menos em salmos duvidosos. Driblaremos as milícias missionárias. Salvaremos nossa pátria.

Como nossos pais

Thiago Turbay Freiria
A taxa de desocupados no Brasil regrediu. Nove por cento da população economicamente ativa está desocupada. É a afirmativa para o plano desenvolvimentista nacional, somos nove por cento desocupados, e outra barganha está ainda em idade imprópria. Supondo tudo, temos alguns que arregaçam as mangas. Essa margem não inclui os que estão se qualificando, os que reagem à alienação e garantem as pesquisas científicas no país, os universitários. Atente a demanda! Dizem por ai que universitário é bagunceiro, e mais outros adjetivos pejorativos, e só. De acordo com a mesma pesquisa a taxa de ocupados cresceu um por cento, duzentas e uma mil pessoas. Devemos complementar a pesquisa, identificando a queda da audiência da Globo nas novelas atuais- são os crescentes ocupados do Brasil. O exemplo que a pesquisa outorgou é que os desocupados, dentre esses os universitários, não contribuem para o desenvolvimento do país. Por exemplo, á pesquisa de células tronco do cordão umbilical, realizada pela USP (universidade de São Paulo), não significa desenvolvimento. O cordão umbilical, muitas vezes descartado nos hospitais, contém células-tronco do tipo mesenquimal. A capacidade de formação desse material caracteriza; ossos, gorduras, cartilagem, músculo e neurônios. A taxa de desocupados não conforta os predicativos dos laboratórios e grupos de pesquisas, as teses e projetos de extensão de curso. Na verdade a universidade brasileira extrapola as margens de ações públicas, das modalidades publicitárias, das confusões de novelas, das tramas no senado. Os estudantes estão á margem do IBOPE. Apenas confrontam os sistema social, e a paz. Marchem os lobos dos homens, os painéis de votação do senado, as alíquotas, as votações. Vamos reagir povo! Não devemos deixar as emendas caírem, a CPMF, a ANAC, não queremos reforma política. Acorde Brasil a vida está ótima, para que mudar em time que está perdendo. Hoje em dia a exemplo do Romário o técnico também entra em campo, ele faz tudo. É assim que deve ser, deixem nossos comandantes á vontade.

TROPA DE ELITE, poder e filme.

Thiago Turbay Freiria
As relações de poder se configuram em ciclos impróprios, ou não concebidos anteriormente. Esse propósito é o que dá sentido ao diretor José Padilha investir em Tropa de Elite. Antes os documentários de Padilha definiam a visão despudorada da violência, agora é uma ficção. No documentário, ônibus 174, há mais de Tropa de que o próprio diretor, a obra então pertence á ela própria e a quem a introduziu- e menos aos camelôs que multiplicaram cópias ilegais e ao próprio diretor. Padilha então matou sua sede de Brasil, apostou em flash´s rápidos em travellings alucinantes, e nas sombras radiantes da favela, levitando uma Hollywood tupiniquim. Os espectadores pulam de suas poltronas e repetem, matraqueando o capitão Nascimento do BOPE (bem interpretado por Wagner Moura)_ “Põe na conta do Papa”. Nascimento recebe, na trama, a missão de conquistar um sucessor, oscilando entre Mathias e Neto, um clichê entre o calculista e o impulsivo. O capitão Nascimento vive o conflito da violência que emprega e o nascimento de seu filho, o que remete certa sensibilidade. O filme vacila na visão pessimista do tráfico, e não há opinião sobre de quem é a culpa: da classe média, da corrupção ou do sistema. Ele dimensiona a expressão do grupo de operações especiais, da polícia do Rio, o BOPE, para customizar a ação do filme e opor os policiais convencionais, corruptos, e o batalhão de ELITE da polícia “os caveiras”. O batalhão é responsável para apaziguar o Morro do Turano, onde o Papa ficará instalado, na visita ao Rio, em 1997. O filme se incorpora dos pensamentos do pensador Michel Foucault sobre a opressão do Estado, explicita nos debates universitários, presentes no filme. Foucault categoriza: “grandes estratégias de poder se incrustam nas instituições opressoras do estado como a polícia... Mas sempre há também movimentos de retorno, que fazem com que estratégias nas relações de poder produzam efeitos novos... não antes concernidos” Esse favor elucida a crítica explosiva, que calunia a obra de Padilha, para assim fazer um sermão papal, ou pseudo-fascista. Sendo as revisões sociais do Estado feitas pelo pensador, incluídas no filme, fico a pensar se isso não é apenas um condimento, ou o diretor é conivente as idéia de instituições opressoras. Para assim demonizar coloco lenha. Atiçar fogo bravo e cuspir em brasa dá o mesmo efeito em nossos olhos carnívoros e ouvidos, assistindo à Tropa de Elite. Com justiça de credencial da obra, por favores ficcionais, o filme de José Padilha merece a carteira de status quo do cinema nacional, pois a dimensão remasterizada na última edição do filme- pós camelôs- concertou o erros históricos do cinema nacional. São; errar no áudio, estourar nas cores em movimentos de câmeras, escolher planos equivocados, onde os espectadores devem tornar-se videntes. O filme demonstra apuração técnica, mas repete as dinâmicas dos filmes marginais, retratar nichos sociais dos quais não conhece a fundo.

Vampiro!

Thiago Turbay Freiria
O vampiro cuspiu sangue vermelho. Vandeir Silva o vampiro interior cometeu um pecado capital. Onde se ganha o pão não se come a carne. O vampiro serrava os dentes, afiava, cadenciava uma asa, que na verdade é um desvio de coluna- e supostamente mordia seus súditos.
Passaredo de morcegos.O vampiro nacional também não descuidou dos misticismos, reconduziu uma criançada para se tornarem seguidores de Satã. Os meninos satanistas acordaram do sonho gentil dos jogos de RPG. O jogo reúne fãs frenéticos, intercalando a realidade crepuscular da vida mediocre para uma magna identidade mágica, de uma torpor medieval a um submundo habitado por criaturas medonhas e vampiros poderosos. Por horas jogando, os seguidores de Vlad Hacamia, duo-identidade de Valdeir, apareceram em casa com mordidas e marcas.
Vlad preconizava seus súdidos com excursões ao cemitério, um culto ao amigo já morto- lider dos jogos de RPG na região. O grupo narcísico de Satã, liderado pelo vampiro de Prudente, planejava esquartejar o bebê da rainha- namorada de Silva. Apostas dos jogadores afirmam que o bebê seria a materialização do diabo, filho de Satã. A namorada é procurada pela polícia que já capturou o vampiro rei, Valdeir Silva. Nada parecido ao título de conde, da original transilvânia.
O vampiro nacional também carrega no culto, demonizado pelo quartel do exército zumbi de quinze adolescentes- figuras e montagens de demônios que foram encontrados em posse do Dracula canarinho, e um cartum de bebê inspirado no clássico filme: o bebê de Rosemary, o qual o herdeiro do capeta nasceria pelo corpo de uma mulher.
O laudo da polícia vai agora estudar a arcada dentária de Vlad, para confiar no resultado de que nenhuma vítima vai se tornar vampira. Os meninos hipnotizados de Hacamia agora procuram novas poções para livrar o ex-mestre das garras dos belmontes, seres combatentes dos vampiros. Nosso mundo está nas mãos desses heróis.Salve-nos das trevas.

Bom cinema saravá.

Thiago Turbay Freiria
Os gemidos tórridos e os palavrões voltam ao cenário fílmico nacional? Não, eles nunca desapareceram! O cinema brasileiro utiliza o vocabulário marginal para medir a interação com seu público. Os palavrões são um canal de comunicação com os espectadores. Assim que as formas são induzidas pelo conteúdo, o cinema nacional repete os mesmos temas e situações, que é a marginalidade, para não falir. Os grandes sucessos de nosso cinema tem a mesma trama marginal- o que seduz os espectadores. O exemplo de sucesso de bilheteria do cinema nacional varia da favela para o humor de chanchada, e paramos por ai. Estamos retomando o cinema marginal da década de 60? O movimento cinematográfico dos tempos idos quebrava a linguagem artística do cinema comum, suas preocupações eram a subversão e o filme a qualquer custo, mesmo com baixo orçamento. Os experimentalismos tinham um caráter profanador. O uso de artifícios que legitimavam as intenções dos diretores eram temas da marginalidade e a linguagem escachada. Nosso cinema de sucesso parece conformar a marginalidade, e usa-la como colírio profano- o cinema arregala aos olhos a crueldade suburbana ou a aridez da caatinga para que nos sintamos complacentes ou fortes. Acima da razão convencional que vivemos há um mundo, em nossos arredores, marginal ou marginalizado, com ou sem nossa culpa assistimos ao cinema nacional para pesarmos nossa interação na vida real brasileira. O sucessos de Tropa de Elite e de Cidade dos Homens- novos cartazes da safra nacional- explicitam a tara pela marginalidade que temos, somos seduzidos e profanados por esses filmes, retomando a experiência do cinema marginal da década de 60- realizados pelos cineastas agitados e estrondosos: Rogério Sganzerla (O bandido da luz vermelha, A mulher de todos) e João Silvério Trevisan (Orgia ou O homem que deu cria), com os constantes silêncios de Julio Bressane (Matou a família e foi ao cinema, O anjo nasceu) e Ozualdo Candeias (A margem, A herança). Os Marginais partiram para o ataque, fazendo filmes que ignoraram a censura e o mercado. Revisando nosso cinema contemporâneo, a escolha dos temas marginais cultua nosso cinema antigo, mas a preocupação com o mercado é atribuído apenas ao movimento de retomada, que celebra o drama e a desilusão, mas concerta a visão mercadológica, atraindo espectadores massivos e batendo recordes de bilheteria como o caso de Tropa de Elite, do diretor José Padilha. Os filmes de maior bilheteria do cinema nacional caminham entre as temáticas marginais. Carandiru ( dirigido por Hector Babenco) , sobre o massacre de 111 detentos na casa de Carceragem com nome homônimo, ocorrido em 1992, levou aos cinemas em 2003- 4,6 milhões de espectadores. Cidade de Deus ( Fernando Meirelles) fez 3,2 milhões de espectadores, impulsionados pela retomada de público para filmes nacionais desde o filme Central do Brasil, de Walter Salles, lançado em 1998. Tropa de Elite encabeça a fila nacional de filmes mais vistos, em 2007. A história do capitão Nascimento- do grupo de operações especiais, da polícia do Rio, o BOPE- o batalhão de ELITE da polícia “os caveiras”. O batalhão , no filme, é responsável de apaziguar o Morro do Turano, onde o Papa ficará instalado, na visita ao Rio, em 1997. O capitão é responsável de achar um sucessor para se afastar do cargo, motivado pelo nascimento do filho. O filme de Padilha arrecadou nas bilheterias nacionais 2,10 milhões de espectadores. O título do cinema marginal organiza as atuações de bilheteria entre os espectadores brasileiros, os filmes nacionais que contém na sua trama um conteúdo marginalizado carrega para as salas de exibição recordes de público. Por que? personagens desiludidos e desestruturados comovem nosso público? Os dramas pessoais ou institucionais são fetiches do cinema nacional. Dois filhos de Francisco, do diretor Breno Silveira, foi visto por 5,2 milhões de pessoas no país em 2005.O filme conta a trajetória da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano. “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976 - 10,7 milhões) – ainda hoje o campeão de bilheteria –; “Dama do Lotação” (1978 - 6,5 milhões); "Lúcio Flávio - Passageiro da Agonia” (1977 5,4 milhões). Em comum com os filmes marginais a direção dos filmes do cinema contemporâneo são autorais, credenciando poucos diretores à realizar filmes atrativos, reconhecido pelo público através dos cartazes publicados anteriormente. O cinema atual realiza o marketing autoral como emblema de grande produção, o que difere dos diretores marginais, que também organizavam suas obras para identificar seus realizadores, contudo isso nem sempre aproximava o público- que nem sempre admitia as experiências realizadas por esses cineastas. O diretor, ator e roteirista José Mojica Marins (No auge do desespero, À meia-noite levarei sua alma), mais conhecido como Zé do Caixão, ainda revela o delírio pela temática marginal, comprovada pela mostra José Mojica Marins - Retrospectiva da obra, que recuperou 16 filmes (13 longas, 1 média e 1 curta-metragem). Um dos precursores do cinema marginal que ainda reestréia em cartaz, como clássico. O alvo comum do cinema atual, a favela e as temáticas de dramas regionalistas, é fonte do cinema realizado no "boca-do-lixo". Essa corrente underground alinhada com o movimento mundial de contracultura tem destaque nas produções atuais, porém com mais zelo de produção e alinhamento à estética de filmes estrangeiros, ou ao modelo televisivo. Como demonstra o filme Cidade dos Homens (Paulo Morelli), que antes estreava como série televisiva e hoje está em cartaz com o drama de Acelora e Laranjinha, protagonistas do filme, ingressando na vida adulta durante uma guerra no Morro da Sinuca.

Sou louco por ti!

Thiago Turbay Freiria
Paulo Machado de Carvalho, marechal da vitória, emprestou o nome à cúpula sedenta de nativos ensandecidos no ultimo dia 28 de novembro. Capturou, como dirigente de futebol do Brasil, o apelido que emprestou ao Estádio do Pacaembu, que ostenta na fachada seu nome, apelido grafado com VITÒRIA. Mas, aos que chamam sua arena de casa, aos corintianos, não aplicou tal carinho. O marechal hoje assiste à violência do desprezo, da derrota, ao acompanhar o Corinthians no campeonato frívolo de 2007. Ainda assim com justiça o marechal assistiu 1X0 a favor do Vasco, numa quarta assim, fúnebre. Pacaembu é a glória espancada pelas caneladas aéreas dos zagueiros, judiada pela pontaria com catarata dos fiéis artilheiros do timão. O timão é o tamanho do desespero. Grande ou maior prescrevem a alegria de torcer, há desse superlativo duas hipóteses: ser grande com 35 mil torcedores, ou ser grande a falta de competência. Das duas uma. Tu és orgulho para os esportistas do Brasil? Mas lição ainda há, sou loco por ti Corinthians. Ovacionados pelos erros, desnudos pela falta de competência o time está em casa e destrata a esposa, que é sua torcida. O absurdo está contido não na derrota, mas no desrespeito. Trinta e cinco mil corregedores assistiram a proporcional incapacidade de suas lições. Estar com o Corinthians até o final é ser uma dona de casa que apanha do marido e ainda assim lhe prepara o café pela manhã. E de manhã separa-se, na rua, dois tipos, uns que receiam que o time caia para a segunda divisão, resultado da péssima campanha deste ano, outros receiam fazer chacota. O medo ampara os dois universos paulistas da paixão futebol. Uns preconizam a torcida contrária, mas escoltados pela segurança do anonimato.Outros, os fundamentalistas, gritam de dor o hino, alegram com uma cantoria melancólica e sustentam na lágrima caída pela bochecha um grito de companhia. Mas dentro desses corações dilacerados impera a raiva. Decadente vira patrocínio de camisa para o timão, inscrito na coletiva está o rosto pálido dos jogadores, que esperam da torcida uma enxurrada de agressões. E ao contrário encontram uma torcida guerreira, exemplo e em paz. Quando a esmola é demais o santo desconfia! Diz um pai à filha, na saída do Estádio Pacaembu, dia 28 de novembro de 2007: filha não se preocupe o pai está bem, em berros ao telefone, ensurdecido pelos gritos que ainda emanam da torcida, ele continua, não fique preocupada enquanto tiver jogo ainda tem esperança, vamos até o fim. Sem parecer a tela do telefone o pai, para filha, faz um gesto bruto, puxa a camisa com força, assim pelo símbolo do Corinthians, e beija o brasão. Sem esperar a filha, em casa, deve repetir o gesto do pai, como se a convergência dos atos amparasse pai e filha, para que os dois juntos reergam a glória Corintiana. E assim trinta e cinco mil torcedores gritam, em frente aos meus olhos, sou loco por ti Corinthians e aqueles que acham que é pouco, vivo por ti Corinthians.

O Bêbado Equilibrista!

Thiago Turbay Freiria
Ferdinando Almeida, um astronauta pretenso condensou, se liquefez. Adorou a água, sobretudo em mistura desequilibrada, virou marinheiro.Tinha seus dias de folga, onde aportava em quatro braços, de sua preferência.Naufragava!Saia com uma cantarola no gargalo, pedia aos mais de trás que o acompanhassem, todos sem deixar de cantar.Apagava toda cobrança.Ferdinando era demais, todos alegavam sua sobra, vinha do céu. Com céu ia sem voltar, surrupiava seus tornozelos aplicava-os golpes certeiros, andava amparado pelo excesso, tropeçava nos reflexos. Não pagava a conta, o preço ficava pra outra.Deixava seu vigor por perto, não adiantava, nunca conseguia alcançá-lo. Pedia à todos que corressem, esquecia de firmar. Sua astúcia permaneceria, ela ia correndo com seus amigos, que não estavam lá.Voltavam ao mar, o mar que falta a Ferdinando do ar. A suspensão é a essência dos seres aéreos, ele suportava uma por mês, ia menos ganhando, mais faltando.Acabou por achar que devesse acabar, suspendeu. Ia gostando menos de água.Menos da vida admirava, Estava sóbrio, sombrio seu caminho ficará. Assim por perto desperto angustia de ser de nada.Ferdinando, meio ficará de cá, meio pra lá rumará, todos lembravam.João do bar não esquece, que falta dá!Pro ar nasceu. Retornara. Morreu!Ferdinando, que bebeu, cuspiu soluçou, mas não agüentou ficar só.

Pacote insinuado!

Thiago Turbay Freiria
È um absurdo me agarrar e puxar minha calça etária, desfazer minha ruga e resmungo , repuxar minha pele é uma coisa abominável.E fazem isso , as mulheres delegadas, que dominam. Por isso chegou em minha casa um encomenda que preferia não atender, ou esperava que viesse com um sorriso sério, com pudor. Mas atiçou um rojão, veio com um sorriso descabelado , de uma erudição e chanchada que não contive.Pedi para entrar. Desaconselhei que fizesse aquela dobrada de pernas, que não convém quando tem fogo etéreo no ar. Mas coloquei um travesseiro sobre as coxas para evitar levitação.Quando ocorre é desnuda como uma roupa rasgada com dente, ou sutiã dissolvido com a língua. E a conversa começou cheia de chiados , com extrema abundância de S e de P, fazendo um ruído ao final de todas as palavras soletradas.Percebi que a armadilha estava afável, e cairia.Decidi oferecer alguma coisa para beber, para que me oferecesse algo depois , logo depois para petiscar, então ai que cometi o erro mais miserável. Eu não soube como administrar o petisco. Percebi que o prato principal não caberia , estava cheio. Começou a agradar-me por baixo , que por cima ela pareceria soberana demais, que não era a situação.E com muito aliso ficou com cara de tacho. Não era para ser, mas cumpri meu papel de performance viril , combinei um outro horário, outra vez. Pelo teste percebi a escolta que faz o coração, fui enamorado de meus desejos e fiel a minha paixão. OBS: Homenagem a um amigo, que a pouco contou-me que passara por esse sufoco, mas rememorou adiante, que não vale sentença de prazer sem o juizado da paixão.

O Papel do crítico de arte nos tempos atuais!

Thiago Turbay Freiria
A transcrição é menos frutiva que a recriação, por assim mistificar o autor com sua paixão, quem irá transcrever antepõem à razão um paixão secreta ou um ódio pelo o autor que transcreve, ou critica. Ainda assim a prefiguração do efeito, descrita por Clement Greenberg aborda o tema próprio da significação da crítica cultural. Horas a fio, pela atividade econômica de criticar, quando assim resume-se ou prioriza o efeito, o critico pressupõem na obra suas concepções estéticas e afetivas, dentro da obra com qual se determina estudar. A crítica é, sobretudo, uma atividade de destrinchar a obra a fim de encontrar um problema, ainda assim a teórica o leva a admitir o gosto como uma atividade de sedução e encantamento, subsidiado pela beleza. O papel do crítico se desmembra, contendo na razão de Greenberg um favor, com qual defende que o crítico adoça a obra, mastiga-a para o público comum. Assim materializa-se um problema agudo, a obra de arte mastigada a fim de ser consumida reproduz dois efeitos: a partilha da obra, dissolvendo sua concordância, e a meu ver o segundo é o mais importante; com qual no ato de mastigar a obra, essa assim pretensiosamente, libera um sabor, e o crítico cospe a obra mastigada e o gosto com que saboreou o material. A liberdade crítica é fundamentada em aspectos deliberativos, com padrões normativos do gosto popular, ainda assim não sabendo o digerível não é capaz de transmitir à obra o encantamento com que dirigiu seu autor. Assim quando antes pelo autor se mantém uma paixão escondida, que certamente na crítica veras implícitas, essa relação aflora. Ao gosto geral a problemática ainda é mais grave, por que quando mais o crítico age raivoso, mais ainda o público se sente atordoado, levando assim ao autor uma notoriedade que não é própria de sua obra, e sim de seu efeito. O crítico, podendo ser ainda combinado, dá de bandeja uma procura à obra que não é própria de sua essência, mas de um estranhamento para com os que leram sua critica. O aspecto formativo da crítica então recebe duas premissas contundentes, ora seremos complacentes, ora seremos combativos. Ainda assim o gosto pelo material a ser criticado escorre pelos dentes do crítico, pronto para ser cuspido ou engolido. O gestor do argumento crítico é uma tarefa moderadora, dogmática, por ser administrada pelos olhos esculpidos pelas veias culturais do próprio crítico. Assuma uma postura humilde! O crítico por assim desenvolver essa tarefa por repetição é mais capaz de analisar determinada obra, dando meu direito composto por suas afeições. A obra de arte passa então para o papel determinado pela beleza, vista aos olhos alheios, e assim preconizada por um pecado capital, o de cobiça, no caso da arte, uma “mulher” dos outros. O autor formaliza a sedução aplicando golpes certeiros nos críticos, para que passe em branco algumas falhas, ou para reflorescer alguns favores, que sabe ele o crítico irá adorar, e transcrever para o público do crítico esse mesmo sabor. Para assim aumentar o deleite da obra em uma ceia única, e espalhar o gosto. O crítico de arte é ligado aos favores céticos que os estudos dispuseram em sua mente criativa, a sensibilidade com que admira seus criticados, e a sedução que exerce determinadas obras na sua vida, sendo sua relação uma cortina de favores, e de padrões estabelecidos posteriores a essas obras, ditas marcantes. A defesa e o ataque são as relações contundentes do critico enquanto ser, assim passa a seu favor uma histeria enquanto não consideram o produto como arte aceitável, e um deleite enquanto se apaixona, mas nunca é de seu feitio uma relação promíscua, o critico de arte moderno ainda conserva os ditames moralistas, e a fidelidade. Por assim constatar há na tarefa da crítica uma relação protecionista ou paternalista, ou o contrário exato. Podendo em sua defesa o crítico admitir e gostar da obra por ela apenas ser uma revolução no paradigma estético da própria arte enquanto se conhecia, e ainda abomina-la por ser assim da mesma forma. O papel do crítico de cultura, e arte, na modernidade é um papel comercial. Atrelado ao autor o crítico vende a si próprio como fonte inesgotável de certeza e desmorona a venda do autor como fonte de insanidade ou de falta de propriedade, consumado o fato a crítica é senão às vezes um papel passional uma velha conversa de comadre, que ao tempo já percorrido não vislumbra sua beleza e toma a meter o pau nos outros. Sejam assim populares ou eruditos.

Aos exibidos!

Thiago Turbay Freiria
A de se prevenir para a escultura do tempo, a pele assim é a primeira a sentir a primazia. Toda curva esquelética, de sem pudores e arremeços de sedução, vão caindo. Tudo que hoje é o escrúpulo se torna fatigável, manso, e certo que em um tempo posterior será o banal.
Nesse mistério, os devedores são homens ricos, por agora, que tendem a espantar os olhos de quem ainda não os seguem, apedrejam a boa conduta e os bons homens com máquinas novas, com a tecnologia alcançada, sem que apareça algum sujeito lerdo para acompanhar, estão sempre dinamizados. Suas mulheres sempre sorridentes e felizes pelos bens de seu amado.
Assim a coisa vai se configurando. Para o canto de cá sobram as migalhas referendas, as porcelanas lascadas, os cristais guardados, as fotos do matrimônio antigas, e sempre ranzinza sobra uma galha, um dardo de julgamento. Prestam ao desabor de não ser mais quem são, e ninguém o é, estou certo. Afora aos que custumam grupir suas vidas, que se foram, gastam a gostosura do amargo, da imprecisão e das memórias de falange. E nada o foram, por que quem conta a história de si próprio nunca o é bom contador. Ora por que a história não presta ora por que quem não serve é o ator.
Disso tenho, com pesar, lembrado de alguns antigos de minha vida, que passam a procurar só o exato prazer, e respondo ao preço da crendice, que quem esmaga o miserável o faz por medo, não por poder, como pensam.