terça-feira, 15 de abril de 2008

Pronúncia

Thiago Turbay Freiria
O Brasil tem solução. Para matar nossa pachorra é preciso conhecer o léxico. O problema de nosso país é a pronúncia. Cada um tem a sua, falamos o que somos, e do jeito que bem entendemos. Há de se entender o léxico, é a margem deflagradora do localismo, é o determinismo imperativo nas construções sociais. Com a pronúncia se articula a identidade nacional. Passamos descuidados pelas fronteiras orais, demasiadamente. O determinismo fronteiriço é quem identifica o ciclo produtivo e o produto destaque de determinado local. Escorregar no S e recalcar o R são eventos demonstrativos. Logo se percebe, quando ocorre, que o enunciador é de determinada localidade, e sabendo disso podemos ou não trata-los com o assunto de interesse. Não precisaremos agüentar conversas longas, sem fim pronunciado, e mais que tudo, não nos leva a nada. A solução do nosso povo eu vou dar. Sabendo ou não, um impulso oral vai mapear a essência do indivíduo, suas pretensões e ou suas inclinações. Um mapeamento vocálico impedirá a manipulação no nosso povo. Soube, por costume, que a mentira e a timidez vêm sempre acompanhadas de um faniquito. Então; nenhum senador melindroso nos enganará, pois conhecendo seu tom identificamos a justiça que nos pastorará. A partir da previsão de uma incógnita vocálica podemos prever o desconhecimento, a falcatrua. Vide o descuido que um impulso vocálico pode denunciar; Certa vez, com a carreira apertada, uma cabeça desvocalizada, no Senado, foi denunciada. De pronto, quando acuado, ajeitava os óculos e respondia batido, sempre acompanhada de passadas ligeiras ou de um tique nos olhos. E estamos descobrindo o final. Mesmo por que não é a localidade quem faz o ladrão, é a situação. No caso, o local fez conhecer a pronúncia, os discursos são próprios do local, o senado, mas, é a situação da pronúncia que o condenou. Logo, sabendo como anda a pronuncia e os gestos, cairemos menos em salmos duvidosos. Driblaremos as milícias missionárias. Salvaremos nossa pátria.

Nenhum comentário: