terça-feira, 15 de abril de 2008

SERASADOs OU FRITOS

Thiago Turbay Freiria
A procuradoria Geral da fazenda publicará a lista de devedores de Tributos. Esta será encaminhada para o Serasa. É a corrupção das publicações eficazes. Mesmo que seja preciosas as consultas aos centros de proteção ao crédito, a discriminação dos devedores se dá de forma livre. O credor decide, consultando sua consciência ou uma leitura econômica, se deve ou não conceder crédito. A procuradoria agora vai dar a lista de maus pagadores ao Serasa, então o dever de publicidade na administração pública vai atribuir ao devedor um semblante de crápula. A medida, porém, abrange a publicidade difamatória. Impede que os mesmos devedores apostem seus cálculos em um novo negócio, arrisquem em uma nova empreitada. Haja visto se entregarem suas almas aos juros canastrões dos empréstimos, defendidos pela equipe econômica. A política de juros aprendida pelos governos pós-neoliberais dedica parte de sua execução a impedir a abrangência de crédito. Os consumidores, reféns das taxas de juros, tendem a comprometer-se com uma dívida maior que o preço a qual foram seduzidos. Permanecem mais tempo com a obrigação dos parcelamentos. Juros altos impedem que o consumidor adquira novos produtos, que tornam, pela constante inovação tecnológica, os antigos; velhos e inoperantes. O desfavor, nesse caso, da medida constituinte, de publicação dos atos da administração pública, pode tornar-se arma defensível de um sistema de crédito abrasivo pela sedução. Ponto considerado positivo, pois protege o credor de calote. Contudo confere ao ato de publicar uma exposição, sem cautela, de um consumidor devedor por ações diversas, sem que haja direito de renegociação da dívida. Segundo o procurador Luíz Inácio Lucena Adams, em entrevista publicada no "O Globo", o registro não impede o consumidor conseguir crédito. Considere sentir uma promiscuidade o sujeito, sabendo-se devedor, entrar em uma lista de crediário, para obter seu sonhado produto em irrizórias parcelas, que o acompanharão por anos. Contra-balanceando, a justiça econômica, com o Ministro Guido Mantega - desgovernou os críticos, dizendo que o equilíbrio econômico aumenta emprego, controla inflação e realiza "a revolução no crédito ". Resta incluir no menu do PAC ( Plano Açougue de Cidadão) se seremos assados ou fritos.

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