terça-feira, 15 de abril de 2008

O Papel do crítico de arte nos tempos atuais!

Thiago Turbay Freiria
A transcrição é menos frutiva que a recriação, por assim mistificar o autor com sua paixão, quem irá transcrever antepõem à razão um paixão secreta ou um ódio pelo o autor que transcreve, ou critica. Ainda assim a prefiguração do efeito, descrita por Clement Greenberg aborda o tema próprio da significação da crítica cultural. Horas a fio, pela atividade econômica de criticar, quando assim resume-se ou prioriza o efeito, o critico pressupõem na obra suas concepções estéticas e afetivas, dentro da obra com qual se determina estudar. A crítica é, sobretudo, uma atividade de destrinchar a obra a fim de encontrar um problema, ainda assim a teórica o leva a admitir o gosto como uma atividade de sedução e encantamento, subsidiado pela beleza. O papel do crítico se desmembra, contendo na razão de Greenberg um favor, com qual defende que o crítico adoça a obra, mastiga-a para o público comum. Assim materializa-se um problema agudo, a obra de arte mastigada a fim de ser consumida reproduz dois efeitos: a partilha da obra, dissolvendo sua concordância, e a meu ver o segundo é o mais importante; com qual no ato de mastigar a obra, essa assim pretensiosamente, libera um sabor, e o crítico cospe a obra mastigada e o gosto com que saboreou o material. A liberdade crítica é fundamentada em aspectos deliberativos, com padrões normativos do gosto popular, ainda assim não sabendo o digerível não é capaz de transmitir à obra o encantamento com que dirigiu seu autor. Assim quando antes pelo autor se mantém uma paixão escondida, que certamente na crítica veras implícitas, essa relação aflora. Ao gosto geral a problemática ainda é mais grave, por que quando mais o crítico age raivoso, mais ainda o público se sente atordoado, levando assim ao autor uma notoriedade que não é própria de sua obra, e sim de seu efeito. O crítico, podendo ser ainda combinado, dá de bandeja uma procura à obra que não é própria de sua essência, mas de um estranhamento para com os que leram sua critica. O aspecto formativo da crítica então recebe duas premissas contundentes, ora seremos complacentes, ora seremos combativos. Ainda assim o gosto pelo material a ser criticado escorre pelos dentes do crítico, pronto para ser cuspido ou engolido. O gestor do argumento crítico é uma tarefa moderadora, dogmática, por ser administrada pelos olhos esculpidos pelas veias culturais do próprio crítico. Assuma uma postura humilde! O crítico por assim desenvolver essa tarefa por repetição é mais capaz de analisar determinada obra, dando meu direito composto por suas afeições. A obra de arte passa então para o papel determinado pela beleza, vista aos olhos alheios, e assim preconizada por um pecado capital, o de cobiça, no caso da arte, uma “mulher” dos outros. O autor formaliza a sedução aplicando golpes certeiros nos críticos, para que passe em branco algumas falhas, ou para reflorescer alguns favores, que sabe ele o crítico irá adorar, e transcrever para o público do crítico esse mesmo sabor. Para assim aumentar o deleite da obra em uma ceia única, e espalhar o gosto. O crítico de arte é ligado aos favores céticos que os estudos dispuseram em sua mente criativa, a sensibilidade com que admira seus criticados, e a sedução que exerce determinadas obras na sua vida, sendo sua relação uma cortina de favores, e de padrões estabelecidos posteriores a essas obras, ditas marcantes. A defesa e o ataque são as relações contundentes do critico enquanto ser, assim passa a seu favor uma histeria enquanto não consideram o produto como arte aceitável, e um deleite enquanto se apaixona, mas nunca é de seu feitio uma relação promíscua, o critico de arte moderno ainda conserva os ditames moralistas, e a fidelidade. Por assim constatar há na tarefa da crítica uma relação protecionista ou paternalista, ou o contrário exato. Podendo em sua defesa o crítico admitir e gostar da obra por ela apenas ser uma revolução no paradigma estético da própria arte enquanto se conhecia, e ainda abomina-la por ser assim da mesma forma. O papel do crítico de cultura, e arte, na modernidade é um papel comercial. Atrelado ao autor o crítico vende a si próprio como fonte inesgotável de certeza e desmorona a venda do autor como fonte de insanidade ou de falta de propriedade, consumado o fato a crítica é senão às vezes um papel passional uma velha conversa de comadre, que ao tempo já percorrido não vislumbra sua beleza e toma a meter o pau nos outros. Sejam assim populares ou eruditos.

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