terça-feira, 15 de abril de 2008

Sou louco por ti!

Thiago Turbay Freiria
Paulo Machado de Carvalho, marechal da vitória, emprestou o nome à cúpula sedenta de nativos ensandecidos no ultimo dia 28 de novembro. Capturou, como dirigente de futebol do Brasil, o apelido que emprestou ao Estádio do Pacaembu, que ostenta na fachada seu nome, apelido grafado com VITÒRIA. Mas, aos que chamam sua arena de casa, aos corintianos, não aplicou tal carinho. O marechal hoje assiste à violência do desprezo, da derrota, ao acompanhar o Corinthians no campeonato frívolo de 2007. Ainda assim com justiça o marechal assistiu 1X0 a favor do Vasco, numa quarta assim, fúnebre. Pacaembu é a glória espancada pelas caneladas aéreas dos zagueiros, judiada pela pontaria com catarata dos fiéis artilheiros do timão. O timão é o tamanho do desespero. Grande ou maior prescrevem a alegria de torcer, há desse superlativo duas hipóteses: ser grande com 35 mil torcedores, ou ser grande a falta de competência. Das duas uma. Tu és orgulho para os esportistas do Brasil? Mas lição ainda há, sou loco por ti Corinthians. Ovacionados pelos erros, desnudos pela falta de competência o time está em casa e destrata a esposa, que é sua torcida. O absurdo está contido não na derrota, mas no desrespeito. Trinta e cinco mil corregedores assistiram a proporcional incapacidade de suas lições. Estar com o Corinthians até o final é ser uma dona de casa que apanha do marido e ainda assim lhe prepara o café pela manhã. E de manhã separa-se, na rua, dois tipos, uns que receiam que o time caia para a segunda divisão, resultado da péssima campanha deste ano, outros receiam fazer chacota. O medo ampara os dois universos paulistas da paixão futebol. Uns preconizam a torcida contrária, mas escoltados pela segurança do anonimato.Outros, os fundamentalistas, gritam de dor o hino, alegram com uma cantoria melancólica e sustentam na lágrima caída pela bochecha um grito de companhia. Mas dentro desses corações dilacerados impera a raiva. Decadente vira patrocínio de camisa para o timão, inscrito na coletiva está o rosto pálido dos jogadores, que esperam da torcida uma enxurrada de agressões. E ao contrário encontram uma torcida guerreira, exemplo e em paz. Quando a esmola é demais o santo desconfia! Diz um pai à filha, na saída do Estádio Pacaembu, dia 28 de novembro de 2007: filha não se preocupe o pai está bem, em berros ao telefone, ensurdecido pelos gritos que ainda emanam da torcida, ele continua, não fique preocupada enquanto tiver jogo ainda tem esperança, vamos até o fim. Sem parecer a tela do telefone o pai, para filha, faz um gesto bruto, puxa a camisa com força, assim pelo símbolo do Corinthians, e beija o brasão. Sem esperar a filha, em casa, deve repetir o gesto do pai, como se a convergência dos atos amparasse pai e filha, para que os dois juntos reergam a glória Corintiana. E assim trinta e cinco mil torcedores gritam, em frente aos meus olhos, sou loco por ti Corinthians e aqueles que acham que é pouco, vivo por ti Corinthians.

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