terça-feira, 15 de abril de 2008

POLÍTICA CAFÉ COM LEITE

Thiago Turbay Freiria
Barganha na tecelagem. Os teares do aparelhamento do Estado quebraram. As credenciais do governo são votos para emendas constitucionais, para entrar nas corporações de ofício, a costura agora ficou mais difícil. O escândalo surgiu das queixas dos impopulares, os velhacos que não abocanharam a fatia do bolo ainda. Eles declararam que os votos para emenda, identificada como CPMF, são negociados em troca de cargos políticos. Mero oportunismo. Os cargos sempre foram moeda. Desde que a política mítica não deforme os titãs, o crepúsculo que ronda o presidente não enrubesça e nunca peguemos os larápios. O mensalão dragou os credores de cargos mais almejados, o chefe da casa civil, gabinetes, e mais os desavisados. A crise política derrubou bonachões, os infiéis e toda uma corja. Mas para que? É certo que a fundação de agências é declaradamente para benefícios de cargos com interesse para políticos, mas os desastres mudaram a perspectiva derrotista de nosso povo. Hoje não aceitamos mais nomeações caducas, que não tem perícia ou não serve para o cargo que ocupam, o país mudou de cara pintada para gérmen lúgubre. Tornamos seres revoltados, sem cumplicidade. Julgamos sem ter provas, é assim o povo brasileiro, na ótica de nossos governantes. Nossa determinação jurídica se tornou o maior empecilho da moral política de nossos representantes. Emparedamos as peripécias do Renan, desmoronamos o Valério - duto. Arremetemos as manobras políticas da ANAC. E mais Severinos, Magalhães, Genuínos, Dirceu. O povo brasileiro cordeiro castrado começou a virar lobo. E nos safamos de alguns masters da corrupção. Para que? É certo que a consonância nacional não falha. Expuseram os erários para que nós os sacrificássemos, em troca nomeariam outras bancadas, que estão ingressando no jogo. Agora o mensalão mineiro é a nova cabra a ser sacrificada. A denúncia é de que trinta e seis foram envolvidos em arrecadações ilícitas no governo de Minas Gerais, em 1998, para o então governador Eduardo Azeredo(PSDB), os empréstimos teriam participação de Marcos Valério, o mesmo. Um caixa dois mineiro. Hoje o as investigações apontam que a oposição e situação são farinhas do mesmo saco. O ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia está dentre os investigados, principalmente pelo empréstimo dado a Azeredo, de quinhentos mil, sem que esse devesse pagar. É a melhor casa de Câmbio do Brasil. Mas isso esta longe de ser novidade. Desde a República velha assistimos a alternância de cargos políticos entre Minas e São Paulo, os mesmos badulaques e manobras corruptas. Hoje revigoramos a política do café-com-leite.

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