terça-feira, 15 de abril de 2008

PSOLtimbancos Trapalhões

Thiago Turbay Freiria
O cifrão expresso nas contas bancárias da esquerda é mesmo reduzido, em comparação aos grupos políticos reconhecidos no poder. As vozes miúdas da condenação, do ser do contra, são sem justiça declaradas fortes movimentos de resistência, quando dito à favor da esquerda nacional. Mas é sempre uma convenção. O que um dia foi esquerda, outro vira cambalhota para direita. Ou seja, a perícia de ser esquerda é apenas uma questão vetorial, no Brasil. A Convalescença- sarar lentamente de um traumatismo- da política nacional é um precipício histórico. A regra pátria é de que o homem muda o processo histórico, isso é o que chamamos cultura, do outro canto, bem intencionada, a natureza vai acompanhando os ciclos voláteis da economia. Há no período histórico turbilhões produtivos, geralmente acomodados nas monoculturas. Ora, tivemos cana-de-açúcar, café, leite, soja, e agora pasme cana-de-açúcar. O que tem haver com esquerda? É farinha do mesmo saco. Dentro de uma formação política nacional reverberamos entre situação e oposição. Só o que temos é a convenção esquerda, retomando o termo caduco das elites européias, que tentamos copiar aqui. O princípio democrático atuou com uma repescagem monárquica, o governo liberal com ditadura, a volta do pleito eleitoral com o impeachment, um governo de esquerda, mas neoliberal. Pronto, celebre! Tivemos até um parlamentarismo às avessas, onde o parlamento figurava em favor das decisões do “Duce” nacional. No fim tudo é esquerda quando não é direita, e repete os mesmos ciclos históricos que são contra, e vice-versa. Houve em nossa história intermitente equívoco político, bailando entre uma ideologia prepotente de nação feita para brilhar. É o debate da auspiciosa esquerda, nascida abaixo do berço esplendido. Tatuada dos embates celebrais do século XIX, pajeado por Marx, pela escola de Frankfurt e outros decibéis do ouvido divino, vindo à terra para nos salvar. Tivemos na esquerda a heróica missão de salvar-nos, de rebater a concentração de renda, a miséria, de enterrar a corrupção. E vimos um célebre mercado de peixes, prateados por escândalos e coligações esquizofrênicas. Outros menos comedidos dos acertos na aparelhagem do Estado, os de extrema- esquerda, são ainda mais caricatos. Seus discursos febris, inspirados nas novelas, ou nos teatros populares das feiras, parecem acrobacias verbais, cheia de gritos e cuspes. Os partidos mais extremos fazem sempre uma aparição performática. Citarei uma, que já virou chavão: A aparição de Heloisa Helena, do PSOL, em uma rede de televisão. Quando ela, em meio a uma quexadinha habitual, viu seu dente fugir, à frente das câmeras. O dente ficou hipnotizado. A esquerda nacional é sempre uma diretriz de saúde pública. Todos sabem que não funciona, é relapsa e obsoleta, mas é o que tem né?

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